quarta-feira, 4 de julho de 2012

A estrada deixou-se passar pela 5 vez!


A estrada deixou-me passar pela 5 vez!
Hà quem diga que os gatos tem 7 vidas, e eu não sei bem se estou a abusar da sorte, pois esta coisa de pedalar 600 km sem motivo pessoal aparente pode deixar uma pessoa preocupada!

Por mais que reflicta nisto o engraçado é que pedalar para longe está associado à sendas do "provar", que ainda são novos, ou que são atletas, ou que procuram o limite, ou que são rápidas, ou que assim gostam mais deles. Na realidade a parte do provar nunca me foi querida e fujo disso como o diabo da cruz. A razão?  Para não me aleijar! Tenho a facilidade de na maior parte das vezes pedalar com os meus botões e estes estão sempre no mesmo sitio, silenciosos e pouco exigentes, sorte.


Este ano, mais uma vez, e depois de um ano entremeado entre pedalar e nem tanto, a “verticalidade” revelou-se mais uma vez um exercício de gestão, que no meu caso pouco continua a ter pouco a ver com andar de bicicleta. Realmente do que eu gosto é do saber, de perceber efectivamente os constrangimentos que estes "passeios" me colocam, para além das FC, das cadências, da nutrição, do descanso, dos watts, do material, do libido emocional... pedalar acaba por ser um detalhe no meio deste conjunto de coisas todas de que tanto gosto de recfletir... no fim fico a saber mais e isso é que é valioso.



Esta ano a saída de Viana foi diferente pois tinha companhia e igual às outras pois o meu pensamento e foco acaba por ser sempre o mesmo chegar a Odeceixe com o mínimo de esforço possível e com a noção de que as minhas peças são difíceis de substituir e dolorosas de reparar. Curiosamente é sempre com este pensamento que saio de Viana rumo às terras do sul... pedalar em “stand by”.

No dia em que "atacar" o  Portugal na Vertical para chegar rapidamente perdi a lucidez necessária para tentar pedalar para longe sem me aleijar sinal de que está na altura de me dedicar "à vela" a full time.


Eat-Sleep/Rest-Ride - A formula é sempre a mesma.. Dormir o mais que posso. Pedalar o menos que consiga e comer o suficiente. Das 3 a mais fácil é a 3ª pois a tecnologia ajuda muito e só por descuido é que fujo das minhas cadências dos meus watts baixos e dos km em roda livre que são importantes para ir fazendo outras coisas como comer e alongar na bicicleta...


Com isto ainda não sai de Viana do Castelo...Perdi a prática de escrever no meu bloque pelo que em tempo de contenção.. esta foi o preâmbulo do meu Portugal na Vertical 2012. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Ja dei uma espreitadela ao blogue (finalmente resolvi tirar uns dias para descansar e coragem para dizer "esta semana não pedalo" )
Na minha humilde opinião, não se trata só de sorte. Sorte, foi o tempo estar bastante ameno e isso ajudou bastante.
De resto, nós também construímos a nossa sorte, quando nos preparamos quase obsessivamente os mais pequenos pormenores. Os pequenos detalhes fazem muita diferença nos momentos críticos.
Ha uns meses atrás, nem teria conseguido chegar a Matosinhos, quanto mais a Lisboa e teria entrado em pânico se me dissessem que ia pedalar toda a noite (e sozinha) desde Ílhavo até à Ortigosa. Até às 5h00 da manhã, passaram carros com gente muito animada (por alcool) que regressavam das festas de São João; eu acredito que a minha bicicleta que luzia na estrada a uma grande distância fez algum efeito.
Havera algum motivo para pedalar 600kms? No meu caso, o motivo é mesmo o passeio e a evasão, fugir para longe...uns vão de carro, comboio, barco ou avião. Eu fui de bicicleta
Os dias e as semanas passam, mas demora algum tempo a esquecer este brevet
Ângela

Pedro Alves disse...

Hà uns anos vi um documentário que dizia que:
"endurance riders are running way
from something that they never find, a desire to find something that they never find"
... cuidado com o "desire"

Anónimo disse...

Obrigada pelo aviso, Pedro...mas não existe nenhum "desire" tresloucado, porque nestas coisas de longa distância, convém não fazer loucuras e ponderar tudo antes de desafiar a estrada, principalmente quando sabemos à partida que será uma viagem solitária.

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